11.12.06

rEVOLUÇÕES

A revolução de Gil Scott-Heron tem, evidentemente, as suas referências, uma geografia própria, um enraizamento não replicável. Então porquê o post (que ainda por cima não existe)? Porque julgo haver uma matriz comum a qualquer revolução (há, sem dúvida): uma teia de silêncios e um prodigioso esforço representativo. A revolução - pessoalíssima, impercetível - deve ser encenada, tornada semi-pública, deve ter arroubos de manifesto e ser ritualizada com minúcia. É o Eu como construção, o Eu actificado, alterizado, o Eu nulo. A revolução será sempre mortificadamente ao vivo, construidamente irreversível, ficticiamente a sério! E isto é tão glorioso como outra coisa qualquer.

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