1.12.06

Joana

Com penas nas mãos
percorres a austeridade do tempo,
levantas o véu marítimo que cobre a terra dos sonhos,
levantas a vida.

Na tua leveza de menina guardas o mundo.

Com cada lágrima cristalizada
dispersas na terra um rasto da tua solidão,
e até que ela se esgote não deixes nunca
que te matem o fulgor da juventude.

O teu sorriso é o sol a bater nas searas de trigo.

Entende que em cada momento existe um ombro,
uma qualquer outra vida menor,
uma qualquer boca que te suspire nos pulsos
um pouco mais de vida
na esperança da luz do teu olhar.

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